24/02/10

A gravidez

A gravidez é um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher, mas também traz consigo alguns medos e inseguranças normais desta fase.
Desde sempre que eu tive o sonho de ser mãe, sentia que precisava disso para me sentir completa e passados alguns meses depois de casar, comecei a tentar engravidar. Foi algo que desejei muito, mas sabia que a ansiedade não ajudaria nada e que essas coisas levavam o seu tempo. Mas, como é natural, depois de decidir engravidar é inevitável que isso não preencha grande parte dos pensamentos.
Quando comecei a desconfiar que poderia estar grávida não passei muito tempo nesta incerteza, fui à farmácia e comprei um teste de gravidez.
No dia seguinte levantei-me bem cedo para fazer o teste, uma vez que deve ser feito com a primeira urina do dia e aqueles minutos à espera do resultado fizeram o meu coração bater com um ritmo bastante acelerado. Quando tive a confirmação de que estava grávida confesso que a reacção imediata foi de muita alegria, pois eu tinha conseguido algo que queria muito. No entanto também comecei a sentir muito medo. Eu estava grávida, e agora? De repente comecei a ter sentimentos ambíguos, eu estava feliz, eu ia ser mãe, mas por outro lado eu fiquei muito insegura, com muito medo de tudo o que poderia vir a acontecer. Pensei na grande responsabilidade que seria ter um bebé, no medo da própria gravidez, das alterações que o meu corpo iria sofrer, será que o meu corpo iria aguentar? Confesso que foram coisas que me passaram pela cabeça. Comecei logo a colocar a mão na barriga, como se ela fosse crescer assim de um momento para o outro e a minha cabeça encheu-se de dúvidas.
Poucos minutos depois de fazer o teste fui contar logo ao meu marido que reagiu com alegria, mas também ainda sem perceber muito bem o que aquilo tudo significava e ao ver-me assim um pouco insegura, ele próprio ficou inseguro. De facto enquanto a barriga não cresce, naquela fase inicial a gravidez é sem dúvida muito mais sentida e vivida pela mulher, pois é um ser que está a ser gerado dentro de nós. É de facto uma bênção mas também uma grande responsabilidade, pelo menos foi assim que eu senti.
Os dias que se seguiram até ir ao ginecologista foram vividos com grande ansiedade, pois embora os testes de farmácia sejam fiáveis acho que é importante a confirmação do médico e saber se tudo está a correr bem.
Quando tive essa confirmação saí do consultório e um turbilhão de sentimentos voltou a invadir-me. Estava feliz, mas tinha tanto medo… Depois tentava pensar que desde sempre as mulheres engravidaram e que o nosso corpo estava preparado para isso e que como muitas mulheres diziam, esta era uma das fases mais especiais da minha vida, devia aproveitá-la ao máximo.
Ainda chorei um pouco sozinha, quis muito ter um colo de mãe, parecia que queria voltar a ser criança, mas não podia. A realidade agora era outra, eu é que me estava a preparar para ser mãe, eu já tinha de começar a cuidar do meu filho e estar angustiada e nervosa não era bom no meu estado.
Agora, olhando para trás penso que todas essas dúvidas fazem parte de um processo natural, de adaptação a essa nova condição: a gravidez. Claro que todas nós somos diferentes e cada uma passa pelas coisas à sua maneira, mas não tenho por que esconder que senti medo, que me senti frágil, afinal sou humana e não foi por isso que deixei de viver a minha gravidez com alegria e entusiasmo.
Nos dias que se seguiram comecei a encarar as coisas com mais naturalidade, a ida ao ginecologista tranquilizou-me, sabia que iria ser seguida, acompanhada e então eu tentei informar-me o máximo possível sobre o que era estar grávida, o que estava a acontecer com o meu corpo, o que poderia esperar, que cuidados deveria ter…
Nessa fase gostava muito de conversar com outras mulheres que estavam grávidas ou que já tinham tido filhos, sentia-me bem por perceber que havia pessoas que tinham as mesmas dúvidas e aprendi com as que já tinham passado por isso, porque embora a gravidez seja diferente de mulher para mulher, há coisas que no fundo são comuns a todas a nós.
Além disso pesquisei na internet sobre o tema, li alguns livros e aos poucos fui-me sentido cada vez mais segura e a desfrutar em pleno de uma fase que sem dúvida é inesquecível para qualquer mulher.
O bebé que estava dentro de mim passou a ser a minha prioridade, eu queria cuidar do meu filho, protegê-lo e começaram os 9 meses mais emocionantes da minha vida…

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